Lançamento do Livro
Erro?
Sim,erro!
Por Manuel Pinho
Alguém que aceita um lugar no governo em que passa a ganhar muitíssimo menos e deixa de ter um lugar de recuo não tem como propósito deixar-se corromper. A corrupção é para os que se aproveitam do exercício de um cargo público para enriquecer.
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Lançamento
Este livro surge da necessidade de esclarecer, com base em factos e provas documentais, os erros cometidos pelo tribunal no meu julgamento. Fui condenado sem qualquer prova direta e num processo que ignorou a verdade para encaixar numa narrativa construída à partida. Aqui, apresento os factos, demonstrando de forma objetiva e verificável os equívocos da acusação.
Processo e Erros
O meu caso tem duas vertentes: o processo e os erros do tribunal. Fui investigado por questões da EDP e condenado por matérias relacionadas com o BES. Estou sob investigação há mais de 13 anos, com buscas mediáticas e medidas restritivas injustificadas. A minha pensão foi apreendida três vezes e devolvida três vezes. A condenação da minha mulher é absurda, e o processo reflete mais um cenário autocrático do que democrático.
Objectivo do Livro
Este livro prova, com base em factos, que não fiz nenhum pacto corruptivo com Ricardo Salgado, não recebi pagamentos indevidos e não favoreci o BES. O tribunal foi parcial, ignorando decisões que tomei contra o banco. Também reconheço que aceitei ser ministro apesar da prática irregular de remuneração do BES, mas isso não configura crime. O processo merece ser divulgado para que se perceba o seu verdadeiro caráter.
Resumo: A Realidade
Entre 1994 e 2004, fui CFO do BES e muito bem remunerado, recebendo prémios do GES, como era prática comum. Em 2004, fui afastado do cargo e celebrámos um acordo para que eu não trabalhasse para concorrentes. Esse acordo foi redigido e validado por advogados. Em 2005, aceitei um convite para o governo e cortei os laços com o BES. Nada disso é ilegal ou incomum.
Resumo: A Ficção
O tribunal construiu uma narrativa fictícia baseada em três erros: que fiz um pacto corruptivo com Ricardo Salgado antes de entrar no governo, que recebi pagamentos indevidos e que beneficiei o BES em troca. Nenhum desses pontos se sustenta em provas. A condenação baseia-se em distorções de factos e no desprezo pelo que realmente aconteceu.
1º erro: Suposto Pacto Corruptivo
Não há qualquer prova de que tenha feito um pacto corruptivo com Ricardo Salgado. O tribunal ignorou testemunhos de ex-primeiros-ministros que confirmaram que, em 2004, ninguém poderia prever os eventos políticos que levariam à minha nomeação. Além disso, atribuiu falas falsas a testemunhas e valorizou depoimentos de pessoas com claros conflitos de interesse.
2º Erro: Supostos Pagamentos Indevidos
O tribunal concluiu, sem provas, que os pagamentos que recebi eram ilícitos. Ignorou que o prémio de 2004 foi formalizado em contrato e que a minha reforma foi garantida de forma legítima. A ausência de atas que confirmassem o pagamento foi usada contra mim, apesar de o próprio tribunal não ter essas atas para consulta. O método de pagamento não configura crime.
3º erro: Supostos favorecimentos
Os cinco alegados favorecimentos ao BES são falsos. Dois projetos turísticos foram aprovados legalmente, uma decisão sobre a BRISA prejudicou um parceiro do BES, um apoio à indústria do calçado seguiu critérios legítimos, uma autorização administrativa tramitava há um ano sem minha interferência e um suposto benefício na escolha da Herdade da Comporta foi desmentido por provas documentais.
Decisões contra os interesses do BES
O tribunal ignorou várias decisões que tomei contra os interesses do BES. Coassinei a revogação de um projeto imobiliário do banco e tomei posições que contrariavam diretamente os seus interesses. Essa omissão no julgamento mostra a parcialidade do processo e a construção de uma narrativa que não condiz com a realidade.
Conclusão
O processo reflete uma justiça enviesada, que ignorou provas e distorceu os factos. A minha condenação e a da minha mulher foram baseadas em erros jurídicos e na tentativa de encaixar uma teoria infundada. O que aqui apresento são os factos, para que a verdade prevaleça sobre a ficção criada contra mim.